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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ANÁLISE DAS PRINCIPAIS TOPOGRAFIAS - BRÔNQUIOS/PULMÃO

ANÁLISE DAS PRINCIPAIS TOPOGRAFIAS - BRÔNQUIOS/PULMÃO
       Os tumores de brônquios e pulmão estão agrupados e recebem o código de topografia C34 da CID-O, sendo doravante denominados genericamente como câncer de pulmão.
       O câncer de pulmão constitui-se num problema internacional de saúde, principalmente por sua morbi-mortalidade, que vem crescendo nas ultimas décadas. No inicio do século XX era uma doença rara, mas atualmente é a principal causa de morte em muitos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, 28% das mortes por neoplasia maligna são causadas por câncer de pulmão, e no Brasil é a primeira causa de morte por câncer entre os homens e a segunda entre as mulheres.
       O diagnóstico do tumor em estágio inicial é crucial para garantir maior sucesso no tratamento, mas isto é difícil, uma vez que, na maioria dos casos, o aparecimento de sintomas significa que a doença está avançada.
       A faixa etária de maior incidência é a de 55 a 65 anos e, independentemente do tipo, o tabagismo é o principal fator de risco do câncer pulmonar, sendo responsável por 90% dos tumores. Também estão relacionados certos agentes químicos (arsênico, asbesto, berílio, cromo, dentre outros), fatores dietéticos (baixo consumo de frutas e verduras), doença pulmonar obstrutiva crônica, fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão.
       Estatísticas gerais mostram que a taxa de sobrevida em 5 anos para os casos localizados de câncer de pulmão é de aproximadamente 50%, mas que apenas cerca de 15% dos casos são diagnosticados em estágios iniciais. Alguns estudos indicam que quando diagnosticado num estádio inicial e é possível o tratamento cirúrgico, a taxa de sobrevida em 5 anos pode chegar a 85%, sendo que esta sobrevida cai drasticamente se atingidos outros órgãos: 20% nos casos de comprometimento regional e 2,2% quando há metástases à distância.
       No Estado de São Paulo, no biênio 1.999 - 2.000, a mortalidade proporcional por câncer de pulmão foi de 15,2 para o sexo masculino e de 7,8 para o feminino. A distribuição dos óbitos segundo sexo mostrou clara predominância do sexo masculino, que foi responsável por 70,5% do total dos óbitos, contra 29,5% referentes às mulheres.
       Também para o período em questão, as taxas de mortalidade bruta e padronizada foram, respectivamente, de 16,3 e 16,6 para 100.000 homens, e de 6,6 e 5,6 para 100.000 mulheres.
       Os óbitos predominaram nos pacientes mais idosos, pois a faixa etária acima de 60 anos foi responsável por 74,2% dos óbitos no sexo masculino, e por 68,6% no sexo feminino.
       Os casos novos de câncer de pulmão, armazenados na base estadual do RHC de São Paulo, somaram 2.981 registros em 2.000 e 2.001, tendo havido nítida predominância do sexo masculino, que foi responsável por 71,9% dos casos. Representaram 5,9% do total de casos novos de câncer registrados, sendo 8,6% no sexo masculino e 3,2% no feminino.
       Do total de casos, 93,8% são de pacientes residentes em nosso Estado, e 66,6% deles chegaram aos hospitais sem diagnóstico e tratamento, enquanto que 33,4% chegaram já com diagnóstico, porém sem tratamento.
       A análise da variável idade mostra predomínio dos casos nos pacientes mais idosos. Os valores de média, moda e mediana foram de, respectivamente, 64, 68 e 65 anos para os homens, e de 61, 65 e 62 anos para as mulheres. O gráfico apresentado mostra a distribuição dos casos segundo faixa etária e sexo.
Distribuição das neoplasias malignas de brônquios/pulmão segundo faixa etária e sexo. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo,
2.000 - 2.001.
Fonte: FOSP
       Houve confirmação microscópica dos tumores em 94,9% dos registros, com destaque para os adenocarcinomas, com 28,1% do total e os carcinomas de células escamosas, somando 28,7%.
       Não houve registro sobre o estadiamento clínico dos tumores em 7,8% dos casos. No gráfico abaixo, que apresenta a distribuição dos tumores por estadiamento, podemos observar que o diagnóstico deste tipo de câncer se faz já em fase bastante avançada da doença, pois os estádios III e IV somaram 88% dos registros.
Distribuição das neoplasias malignas de brônquios/pulmão segundo estadiamento clínico. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo, 2.000 - 2.001.
Fonte: FOSP
       O diagnóstico em fases avançadas da doença torna os casos inoperáveis. De fato, ao analisarmos o tipo de tratamento realizado, a cirurgia, feita de modo isolado ou em combinação com outras modalidades, foi realizada em 19,9% dos pacientes. A quimioterapia, feita isoladamente, foi o tratamento mais freqüente, representando 41,6% do total.
       Merece ser destacado que em 24,4% dos casos não foi instituído nenhum tipo de tratamento, e deste total, em 45,1% dos casos o motivo foi o óbito do paciente.

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