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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ANÁLISE DAS PRINCIPAIS TOPOGRAFIAS - PELE


ANÁLISE DAS PRINCIPAIS TOPOGRAFIAS - PELE
       O câncer de pele constitui-se no tipo de câncer mais freqüente, mas quando detectado precocemente, é o que apresenta maiores índices de cura. Estima-se que corresponde a cerca de 25% dos tumores malignos registrados no Brasil, ressaltando-se, porém, que há um considerável sub-registro de casos, principalmente para os tumores não melanoma.
       É um tipo de câncer comum na faixa etária acima de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros. Três formas de câncer de pele são as mais freqüentes: carcinoma basocelular, que representa cerca de 70% dos casos, carcinoma epidermóide ou espinocelular, representando 25% e melanoma, a forma mais grave, encontrada em cerca de 4% dos diagnósticos.
       Apesar da sua alta incidência, os tumores de pele têm pouca repercussão na mortalidade por câncer. Analisando-se o biênio 1.999-2.000, observamos que os tumores de pele não melanoma foram responsáveis por apenas 0,6% dos óbitos por câncer no Estado de São Paulo, enquanto os casos de melanoma responderam por 1% dos óbitos.
       Quando analisamos a distribuição dos óbitos segundo sexo, observamos predominância do sexo masculino, tanto nos óbitos por melanoma - 54,5% do total, quanto pelos tumores de pele não melanoma, que responderam por 59,9% do total.
       A mortalidade pelos tumores de pele atingiu preferentemente as pessoas mais idosas, pois os maiores de 60 anos representaram 75% dos óbitos por tumores não melanoma, e 53% dos casos de melanoma.
       Apesar da predominância dos grupos etários mais idosos em ambos os tipos de tumores de pele, os casos de óbito por melanoma atingem faixas mais jovens, quando comparados com os tumores não melanoma. De fato, a faixa etária de 30 a 39 anos foi responsável por 12,1% dos óbitos por melanoma.
       As taxas específicas de mortalidade (bruta e padronizada) por melanoma, para 100.000 habitantes, no biênio em questão, foram de 1,1 em ambos os casos para o sexo masculino, e de 0,9 e 0,7 para o sexo feminino.
       Quando a análise recai sobre os dados do Registro Hospitalar de Câncer, observamos que na base estadual de dados do RHC, referentes aos anos de 2.000 e 2.001, foram registrados 9.620 casos novos de câncer de pele, o que representa 18,9% do total dos casos do período, havendo discreta predominância do sexo feminino, com 50,6% dos casos, contra 49,4% referentes aos homens.
       Houve confirmação microscópica dos tumores em 98,4% dos casos, e os pacientes chegaram aos hospitais sem diagnóstico e tratamento em 90,8% dos registros, contra 9,2% que já chegaram diagnosticados, porém sem tratamento.
       Devido ao fato de apresentarem aspectos clínicos e epidemiológicos bastante diferentes entre si, os tumores de pele foram agrupados em 4 categorias distintas, de modo a respeitar estas diferenças. Os grupos definidos são: Carcinoma basocelular (CBC), Carcinoma espinocelular (CEC), Melanoma e Outros, representando este grupo o restante das morfologias dos tumores de pele.
       A distribuição dos casos segundo os grupos definidos pode ser vista no gráfico abaixo, onde se observa grande predomínio dos CBC, responsáveis por quase dois terços dos tumores.
Distribuição das neoplasias malignas de pele segundo agrupamento. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo, 2.000 - 2.001.
Fonte: FOSP
       A análise da variável idade mostra, conforme o esperado, maior freqüência dos casos nos grupos etários mais idosos, fato que se observa em todos os agrupamentos definidos. A tabela a seguir apresenta os dados de média, moda e mediana de idade segundo agrupamento.
Média, moda e mediana de idade para os tumores de pele segundo agrupamento. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo, 2.000 - 2.001.


Média Moda Mediana
 CBC 66 72 67
 CEC 69 78 71
 Melanoma 58 48 59
 Outros 61 68 66

Fonte: FOSP
       O tratamento dos tumores de pele foi predominantemente cirúrgico em 81,5% dos casos, seguindo-se a radioterapia com 7,3%.
       Analisando alguns dados específicos referentes aos casos de melanoma, que no período somaram 621 registros, nota-se predominância dos casos no sexo feminino, com 345 registros (55,6%), contra 276 no sexo masculino (44,4%). As topografias mais acometidas para estes tumores podem ser observadas no gráfico abaixo.
Distribuição dos casos de melanoma segundo topografias. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo, 2.000 - 2.001.
Fonte: FOSP
       Quando a variável topografia é analisada em relação ao sexo, observamos que nos homens, existe predomínio dos tumores no tronco, enquanto que nas mulheres, a lesão se dá preferentemente em quadril/MMII, o que segue o padrão descrito internacionalmente.
       Outra variável importante a ser analisada é o estadiamento clínico dos tumores. Esta informação não foi registrada em 18% dos casos, e a distribuição dos estadiamentos efetivamente informados pode ser vista no gráfico abaixo.
Distribuição dos casos de melanoma segundo estadiamento clínico. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo, 2.000 - 2.001.
Fonte: FOSP
       Conforme pode ser observado, os casos em estádios precoces (O, I e II) somam 56% dos registros, contra 44% dos casos estadiados como III e IV.
       A análise sobre o tipo de tratamento realizado nos pacientes portadores de melanoma mostra que esta informação não foi registrada em apenas 0,6% dos casos. Dentre os casos efetivamente tratados, as modalidades mais freqüentes foram: cirurgia isoladamente (74,7%), cirurgia associada com quimioterapia (6%) e quimioterapia como modalidade única, respondendo por 3,6% dos registros.

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