Pesquisar neste blogue

Você é o mais perto que eu posso chegar do paraiso

Seja bem Vindo !

sábado, 28 de janeiro de 2012

Orientações aos Pacientes em Tratamento

Cuidados Paliativos
Cientes de nossa limitação como profissionais da saúde, devemos deixar de pensar na finitude ou na doença crônica como um fracasso da medicina, visto ser o alívio da dor e do sofrimento uma das metas da medicina.
Nesta habilidade pressuposta da medicina estão inclusos os cuidados paliativos.
Como cuidados paliativos entendemos cuidados totais prestados ao paciente e à sua família, os quais se iniciam quando a terapêutica específica curativa deixa de ser o objetivo.
A terapêutica paliativa é voltada ao controle sintomático e preservação da qualidade de vida para o paciente, sem função curativa, prolongamento ou de abreviação da sobrevida.
A empatia, bom humor e compreensão são integrantes fundamentais da terapêutica. A abordagem é multidisciplinar, contando com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e voluntários.

Tratamento Paliativo

Os procedimentos paliativos são variados. Alguns desses procedimentos (cirurgias, quimioterapia, radioterapia) podem ser pessoalmente inaceitáveis para alguns médicos por não apresentarem resultados reais. Alguns médicos não aceitam o procedimento pelo paciente estar com câncer e sem possibilidade de tratamento curativo. Nesses casos, o profissional deverá então encaminhar a outro médico que possa discutir as vantagens e desvantagens. Desse modo, o paciente poderá decidir por si próprio os rumos de seu tratamento. O paciente precisa ter certeza de que o médico e a família não irão abandoná-lo e que terão vontade e capacidade de enfrentar qualquer problema que venha a surgir. Muitos doentes de câncer tem uma variedade de problemas residuais que precisam ser resolvidos antes de poderem se permitir morrer em paz, inclusive problemas relativos aos entes queridos, que, em sua ausência, possam viver de maneira mais confortáveis. Mas o tratamento paliativo também tem seus limites. Para alguns pacientes, o tratamento é ineficaz e somente trará mais sofrimento ao doente. Por esse motivo, tudo deve ser analisado e discutido junto da família, mostrando os prós e contras. Os benefícios sempre devem ser maiores para o doente.

Importante

Para conviver com a doença, paciente e familiares podem lançar mão de certas estratégias positivas de convivência, tais como:
  • Participar no atendimento, aprendendo e executando certos procedimentos relacionados à doença.
  • Procurar informações relevantes a respeito do câncer e obter material adequado. Não acreditar em tudo que dizem por aí.
  • Estabelecer metas limitadas facilmente alcançáveis pelo paciente e família.
  • Estimular um ao outro a se abrirem e relatarem seus temores e preocupações a alguém da equipe de atendimento.

Em resumo:

Tratamento paliativo é instituído a pacientes sem possibilidade de cura com o objetivo de dar a este paciente, no tempo que ainda lhe resta, um digna, sociável, junto a sua família, sem dor, sem fome e com oportunidade de resolvem muitas pendências que lhes restaram em vida.
 
Tratamento da dor
A análise de pesquisas publicadas revelou que, em 70 a 90% dos doentes com câncer, a dor é o principal sintoma da doença.
Numerosos relatórios publicados indicam que a dor no câncer é muitas vezes tratada inadequadamente.
Uma série de estudos usando relatos verbais e escalas de mensuração da dor, indica que a mesma é de moderada a severa intensidade em 50% dos doentes e muito severa ou intolerável em 30% deles e que sua prevalência aumenta com o avanço da doença.

A dor no câncer

O doente com câncer pode ter dor por várias causas.
Em 78% dos casos é produzida pelo próprio câncer, por infiltração ou invasão tumoral direta primária ou por metástases. Em 19% é devida ao tratamento do câncer e em 3% por causas não relacionadas ao câncer ou seu tratamento.

Dor causada pelo câncer (78%)

  • Infiltração Óssea.
  • Compressão ou infiltração de nervos periféricos (SNP) -
  • Infiltração do neuro-eixo (SNC) -
  • Infiltração e oclusão de vasos sangüíneos e linfáticos
  • Obstrução de vísceras ocas ou de sistemas ductais de vísceras sólidas.
  • Infiltração de órgãos maciços como fígado, baço, pâncreas.
  • Necrose, infecção, inflamação e ulceração de membranas mucosas e outras estruturas nociceptivas.

Dor causada pelo tratamento do câncer ( 19%)

  • Dor pós-operatória
  • Dor pós-quimioterapia
  • Dor pós-radioterapia

Dor não Relacionada ao Câncer ou a seu Tratamento (3%)

Podem ser causadas por: osteomielite, cefaléia tensional, osteoartrite, osteoporose, neuropatia diabética, pós-alcoolismo, pós-hanseníase, protrusão discal, hérnia discal, síndrome pós-laminectomia, miofacial, etc., independentes da dor pelo câncer.

Apresentação clínica da dor

Dor nociceptiva

Resultado de estímulos de receptores somáticos (pele, músculos, ossos, ligamentos, articulação) ou de vísceras. Responde bem a todas formas de terapia analgésica.

Dor neuropática

Resultado de lesão ou alteração funcional do sistema somatosensorial (controlador dos estímulos externos ao corpo) periférico ou central. São lesões no sistema nervoso central ou periférico.

Dor idiopática

Não existe uma causa orgânica para explicá-la. Necessário avaliação psiquiátrica.

Avaliação da intensidade da dor

O uso de um instrumento para avaliação da intensidade da dor é fundamental para nortear o início do tratamento e sua eficácia. Os utilizados são aqueles que podem ser rapidamente e facilmente aplicável ao paciente.

As mais indicadas são:

  • Escala Numérica
  • Escala descritiva

Princípios Básicos para o Controle da Dor:

  • Boa comunicação entre equipe, paciente e família;
  • Avaliação multidisciplinar e multifatorial completa;
  • Tratamento precoce em todos os estágios da doença;
  • Paciente e família como unidade de cuidado;
  • Administração de analgésicos nas 24 horas;
  • Avaliação e seguimento contínuos;
  • Analgesia é a parte integrante do plano de assistência global do paciente oncológico.

Tratamento Farmacológico

A seleção do analgésico mais apropriado está baseada no tipo de severidade da dor, levando-se em consideração a combinação de drogas: analgésicos opióides, analgésicos não opióides e drogas adjuvantes.
Analgésicos não opiáceos são analgésicos comuns (anti-inflamatórios não esteróides – AINES, dipirona, paracetamol).
Opiáceos são drogas derivados do ópio (morfina, fentanil, metadona, etc.).
Drogas adjuvantes são os medicamentos que associados aos opiáceos ou opióides vão auxiliar no controle da dor. Dentre estes medicamentos estão:
  1. Antidepressivos tricíclicos
  2. Anticonvulsivantes
  3. Corticosteróides
  4. Bifosfonados (medicamentos que diminuem a reabsorção óssea)
O tratamento farmacológico vai depender da resposta e da adesão de cada paciente ao tratamento. As doses e medicamentos serão ajustadas conforme a necessidade e avaliação médica.

Efeitos colaterais dos opiáceos e opióides

1. Constipação intestinal é o efeito adverso mais comum. Deve ser tratado com laxantes, alimentação rica em fibras, hidratação, supositórios de glicerina, lavagens intestinais e em último caso esvaziamento da impactação fecal mecânica, realizado pelo médico.
2. Náuseas e Vômitos ocorrem em mais de 50% dos casos que recebem opióides para dores moderadas ou fortes.
3. Sonolência e confusão mental podem ocorrer inicialmente e regridem dentro de 3 a 5 dias. Não desaparecendo, deve-se reduzir a dose.
4. Depressão respiratória raramente ocorre com as doses usuais em pacientes tratados de forma adequada.
5. Efeitos menos freqüentes: surtos psicóticos, coceiras, espasmo brônquico. Dependência Física, Dependência Psicológica e Tolerância.
Constituem os principais mitos relacionados a utilização inadequada dos analgésicos opióides, tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos pacientes e seus familiares.
Dependência Física aos opióides seria um estado de adaptação que é manifestado por uma síndrome de abstinência (náuseas, vômitos, agitação psicomotora, sudorese e diarréia) produzida pela interrupção abrupta de um opióide. Isso pode ser facilmente evitado com a diminuição gradativa de aproximadamente 20% da dose diária. Esse efeito não deve ser motivo de relutância do paciente quanto ao seu uso.
Dependência Psicológica caracterizada pela compulsão de usar os opióides para desfrutar de seus efeitos. Vários estudos mostram que isso é uma adição muito rara. Para se ter uma idéia: de 12.000 paciente pesquisados, somente 4 desenvolveram um grau de dependência.
Tolerância é um fenômeno fisiológico normal relacionado a utilização crônica dos opióides, onde o aumento pode ser necessário para produzir o mesmo efeito analgésico. Pacientes com câncer desenvolvem muito pouco o fenômeno de tolerância.
 
Orientações sobre pós operatório
Orientações gerais básicas do pós operatório em cuidado domiciliar.

1. Manter a ferida operatória sempre limpa e protegida de secreções, animais, poeira, água suja e demais substâncias não conhecidas que podem levar a infecção do local.
2. Curativo deve sempre ser feito após o banho. No banho, lavar a ferida operatória com água corrente e sabonete, com leve fricção sobre a ferida. O curativo deve ser feito com soro fisiológico (limpando levemente a ferida com gaze umedecida em soro fisiológico) e depois cobrir com gaze seca e limpa. Não aplicar pomadas ou outras substâncias, somente se orientação do seu médico. OBS: Não devem ser molhados os curativos com gesso e os curativos pós enxerto de pele (aquele curativo tipo “pacotinho”). Estes permanecerão fechados até o retorno.
3.Esforços devem ser evitados por aproximadamente 90 dias, pois este é o tempo, em geral, para uma cicatriz cirurgia reparar totalmente.
4.Não é necessário tomar antibióticos. Tomar somente se tiver orientação do médico que realizou a cirurgia.
5.Medicamentos para a dor leve serão prescritos. Caso tiver dor mais intensa, seu médico deve ser comunicado imediatamente.
6. Em caso de febre, procurar o médico para uma avaliação. Não tomar antibióticos enquanto não for avaliado pelo seu médico.
7. Os pontos vão ser retirados em um período de 7 a 12 dias, dependendo do local operado. Essa retirada de pontos será realizada no retorno pós-operatório, previamente agendado. Caso isto não tenha se realizado, entrar em contato para marcar uma consulta. Não retirar os pontos em outro local, somente no designado pelo seu médico, pois ele vai avaliar a necessidade de retirada ou não dos pontos.
8. Secreção, inflamação e demais alterações: deve-se procurar seu médico para uma avaliação.
   
Orientações para quimioterapia

Sintomas que merecem cuidados imediatos

Caso o paciente apresente algum sintoma novo que o incomode ou ainda um dos sintomas relacionados abaixo, deve procurar orientação médica, o mais rápido possível.
  • Febre (temperatura igual ou maior que 38 graus). 
  • Falta de ar ou dificuldade respiratória. 
  • Dificuldade de controlar a urina. 
  • Dificuldade na visão (dupla ou borrada).
  • Dor de localização ou intensidade anormal.
  • Sangramento de qualquer região, que persista por tempo mais prolongado.

Alimentação

Não há necessidade de grandes modificações na alimentação. No entanto, o paciente deve incluir nas refeições diárias frutas, verduras, cereais, carnes, a fim de obter todos os nutrientes de que o organismo precisa. É importante que o paciente esteja sempre bem alimentado para ter melhores condições de reagir aos efeitos colaterais e também para estar menos predisposto a infecções.

Bebidas alcoólicas

Devem ser evitadas já que o álcool pode interagir com os medicamentos utilizados no tratamento, podendo reduzir os efeitos esperados e aumentando efeitos colaterais.

Atividades físicas

Durante o período de tratamento não há contra-indicação à prática de exercícios físicos ou modalidades esportivas. Porém, o indivíduo pode ficar menos disposto. Por esta razão, o paciente deve estar atento para não forçar suas condições físicas.

Trabalho

A maioria dos pacientes pode e deve continuar trabalhando durante o tratamento. Não há indicação para que as atividades habituais sejam paralisadas, a menos que sejam bastante pesadas e exijam muita condição física. Na maioria das vezes, o paciente precisa apenas ajustar o dias das sessões e os dias em que os efeitos colaterais estejam mais fortes, para que possa entrar em acordo e ser dispensado do trabalho.

Relações sexuais

A quimioterapia, para muitos pacientes, provoca tensões físicas e emocionais que podem estar ligadas não só aos efeitos colaterais como também às mudanças no ritmo de vida, alimentação e trabalho, além de ansiedades em relação à saúde, à família. Todos esses aspectos juntos podem contribuir para que haja uma diminuição no interesse sexual.
No entanto, é importante que o paciente saiba que a quimioterapia não o impede de manter relações sexuais normalmente.

Ciclo menstrual

As drogas utilizadas na quimioterapia podem reduzir temporariamente a produção de hormônios, provocando em algumas mulheres alteração do ciclo menstrual. A quantidade de sangramento pode ser alterada e, às vezes, pode ocorrer interrupção completa da menstruação. Geralmente após o término do tratamento, o ciclo menstrual vai voltando ao seu funcionamento normal.

Gravidez

Durante o período de quimioterapia a gravidez deve ser evitada, já que as drogas usadas podem causar riscos na formação do bebê. É importante pedir orientação ao médico sobre o melhor método de anticoncepção a ser usado durante o tratamento.

Uso de outros medicamentos

Alguns medicamentos, mesmo os homeopáticos e "naturais", podem interferir no tratamento quimioterápico. Por isso, o médico deve ser sempre consultado antes de o paciente fazer uso de qualquer medicamento.

Efeitos indesejados da quimioterapia

Náuseas e Vômitos

As drogas quimioterápicas geralmente causam irritação nas paredes do estômago e intestino provocando enjôos e vômitos. Esses sintomas ocorrem principalmente no dia da infusão, podendo se prolongar por até 4 dias. Algumas mudanças nos hábitos alimentares auxiliam o paciente no combate desses sintomas, tais como:
  • preferir alimentos com rápida digestão
  • não encher o estômago de uma só vez, preferindo fazer várias alimentações ao dia, em pequenas quantidades
  • evitar alimentos gordurosos e frituras
  • comer devagar, mastigando bem os alimentos
  • preferir alimentos frios ou em temperatura ambiente
  • evitar odores fortes
  • procurar não exercer atividades que exijam esforço físico
  • procurar vestir roupas leves.

Feridas na boca

Alguns quimioterápicos podem provocar aparecimento de aftas, irritação nas gengivas, na garganta e até feridas na boca. Isso pode causar muita dor e ainda dificultar a alimentação. Algumas medidas podem ser seguidas nestes casos:
  • manter a boca sempre limpa, escovando os dentes com maior freqüência
  • evitar ingerir alimentos duros, quentes, ácidos e condimentados
  • procurar usar cremes dentais mais suaves, fazendo bochechos quando necessário com produtos indicados pelo médico
  • ingerir maior quantidade de líquidos (água, chás e sucos)

Febre

Alguns dias após a quimioterapia, há uma diminuição temporária das defesas do organismo, que fica predisposto a contrair mais facilmente infecções por vírus, bactérias e fungos. A febre é um sinal de alerta para a existência de infecções no organismo.
Nesta situação, o médico deve ser imediatamente avisado para que possa iniciar o tratamento adequado.

Diarréia

Algumas drogas quimioterápicas podem causar diarréia em maior ou menor intensidade, dependendo da reação do organismo. Se ela persistir por mais de 24 horas, o paciente deverá obter orientação médica. Nos casos menos intensos, algumas medidas podem ajudar:
  • procurar manter uma alimentação mais líquida (chás, água e sucos)
  • evitar tomar leite e derivados
  • procurar fazer pequenas refeições, evitando alimentos gordurosos e frituras.

Queda de cabelo

Algumas drogas quimioterápicas atingem o crescimento e a multiplicação das células que dão origem ao cabelo, podendo provocar a queda de cabelos de forma total ou parcial. Não se pode prever exatamente como e em que proporção os cabelos serão afetados. Porém é importante lembrar que a queda é geralmente temporária; o processo de nascimento do cabelo se reinicia logo após o término da quimioterapia, e em alguns casos, ainda durante a quimioterapia.

Alterações da pele e unhas

Dependendo do tipo de quimioterapia, o paciente pode apresentar alterações na pele como: vermelhidão, coceira, descamação, ressecamento e manchas. As unhas também podem apresentar escurecimento e rachaduras.
 
Orientações para radioterapia
Como qualquer tratamento, o uso da radioterapia pode apresentar riscos. As altas doses de radiação que destroem o tumor podem atingir também os tecidos normais, causando os efeitos colaterais.

Sintomas que merecem cuidados imediatos

Caso o paciente apresente algum sintoma novo que o incomode ou ainda um dos sintomas relacionados abaixo, deve procurar orientação médica, o mais rápido possível.
  • Febre (temperatura igual ou maior que 38 graus).
  • Falta de ar ou dificuldade respiratória.
  • Dificuldade de controlar a urina.
  • Dificuldade na visão (dupla ou borrada).
  • Dor de localização ou intensidade anormal.
  • Sangramento de qualquer região, que persista por tempo mais prolongado.

Feridas na boca

A irradiação de tumores de cabeça e pescoço pode provocar aparecimento de aftas, irritação nas gengivas, na garganta e até feridas na boca. Isso pode causar muita dor e ainda dificultar a alimentação. Algumas medidas podem ser seguidas nestes casos:
  • manter a boca sempre limpa, escovando os dentes com maior freqüência
  • evitar ingerir alimentos duros, quentes, ácidos e condimentados
  • procurar usar cremes dentais mais suaves, fazendo bochechos quando necessário com produtos indicados pelo médico
  • ingerir maior quantidade de líquidos (água, chás e sucos).

Queimaduras na pele

Podem ocorrer queimaduras na pele que recobre a área irradiada. Para diminuir os efeitos locais é ideal manter a pele bem hidratada e não utilizar substâncias que podem irritar ainda mais o local.

Diarréia

A irradiação de tumores localizados no abdome e na pelve pode causar diarréia em maior ou menor intensidade, dependendo da reação do organismo. Se ela persistir por mais de 24 horas, o paciente deverá obter orientação médica. Nos casos menos intensos, algumas medidas podem ajudar:
  • procurar manter uma alimentação mais líquida (chás, água e sucos)
  • evitar tomar leite e derivados
  • procurar fazer pequenas refeições, evitando alimentos gordurosos e frituras.

Dor para urinar

A irradiação de tumores localizados na pelve pode causar irritação na bexiga, provocando desconforto ou dor para urinar, e às vezes até sangramento. O paciente deve procurar orientação médica para controlar os sintomas e diminuir o risco de complicações.

Boca seca (xerostomia)

A irradiação em tumores de cabeça e pescoço pode causar irritação nas glândulas salivares, causando diminuição da salivação. Atualmente existem medicamentos que, aplicados concomitantemente à radioterapia, podem diminuir este efeito. Para controle dos sintomas, o paciente deve aumentar a ingesta de líquidos e ocasionalmente recorrer a produtos artificiais que imitam a saliva (saliva artificial).
Existem ainda os riscos de toxicidade tardia, geralmente decorrentes de alterações inflamatórias nos locais que receberam irradiação. O médico especialista em radioterapia deve esclarecer ao paciente os riscos e os sintomas possíveis, que dependem da dose utilizada e da área tratada, bem como da aparelhagem e tipo de energia utilizada.

Orientações práticas

Contato pessoal

Não há necessidade de mudanças nos hábitos diários ou nos contatos pessoais. Os pacientes em tratamento radioterápico não se tornam radioativos.

Alimentação

Não há necessidade de grandes modificações na alimentação. No entanto, o paciente deve incluir nas refeições diárias frutas, verduras, cereais, carnes para que possa obter todos os nutrientes de que o organismo precisa.

Cuidados com a pele

A pele que recebe a radioterapia deve ser bem cuidada pois fica mais sensível. Alguns detalhes são especialmente importantes:
  • Lavar a pele diariamente, com sabão neutro e água morna ou fria (nunca quente);
  • Usar roupas leves, de tecidos naturais (como algodão), folgadas;
  • Proteger a pele da exposição solar, de preferência cobrindo-a com roupas leves;
  • Evitar atritos na região como coçar, esfregar e utilizar jóias ou roupas justas;
  • Não aplicar compressas no local (quentes ou frias);
  • Não utilizar pomadas,cremes, hidratantes, desodorantes sem orientação médica.

Atividades físicas

Durante o período de tratamento não há contra-indicação à prática de exercícios físicos ou modalidades esportivas. Porém, é bastante comum que ocorra fadiga durante o tratamento.

Trabalho

A maioria dos pacientes pode e deve continuar trabalhando durante o tratamento. Não há contra-indicação, a menos que seja bastante pesado e exija muita condição física.

Relações sexuais

A radioterapia por si só não contra-indica a relação sexual. Mas deve-se lembrar que o desempenho sexual pode diminuir durante o tratamento devido ao efeitos colaterais, principalmente se for tratamento na pelve.

Gravidez

Durante o período de radioterapia a gravidez deve ser evitada já que a radiação utilizada causa riscos na formação do bebê. Procurar orientação do seu médico.

Uso de outros medicamentos

Alguns medicamentos, mesmo os homeopáticos e "naturais", podem interferir no tratamento radioterápico. Por isso, o médico deve ser sempre consultado antes de o paciente fazer uso de qualquer medicamento.

 http://www.itcancer.com.br/site/index.php/o-cancer
 

Sem comentários:

Enviar um comentário