ANÁLISE DAS PRINCIPAIS TOPOGRAFIAS - MAMA
O câncer de mama é mundialmente a causa mais comum de neoplasia maligna entre as mulheres. A incidência e a mortalidade por este tipo de câncer vem crescendo, principalmente em paises desenvolvidos, em parte devido a mudanças na distribuição por faixa etária nestas populações e, por outro lado, devido a um aumento real no risco de contrair a doença.
Em geral a idade média de uma mulher com diagnóstico de câncer de mama é em torno de 60 anos, mas pode-se observar uma variação considerável em diferentes regiões. Dentre os casos diagnosticados, aproximadamente 50% sobrevivem por 5 anos com o tratamento apropriado, sendo que nas últimas décadas, tem sido observada em muitos paises uma melhoria considerável nesta sobrevida em 5 anos.
Um fator determinante de prognóstico bastante importante é o estágio da doença ao diagnóstico e melhoras na razão de sobrevida são freqüentemente devidas ao diagnóstico em estágios iniciais, possibilitando maior eficácia ao tratamento realizado.
Os fatores mais importantes para que se observem mudanças no estadiamento do câncer de mama numa população estão ligados ao conhecimento adequado da doença através de campanhas de informação e, embora controverso, o efeito através de programas de rastreamento.
A análise dos dados disponíveis, tanto os de mortalidade, quanto aqueles referentes ao Registro Hospitalar de Câncer, evidenciam a importância do câncer de mama no Estado de São Paulo, especialmente no sexo feminino.
Os dados de óbito referentes ao nosso Estado, no biênio 1.999-2.000, mostram que a mortalidade pelo câncer de mama atinge quase que exclusivamente as mulheres, responsáveis por 99,3% dos óbitos. Devido a este fato, os dados apresentados a seguir enfocarão apenas o sexo feminino.
No período em questão foi de 17,1% a mortalidade proporcional por câncer de mama entre as mulheres, enquanto que as taxas, bruta e padronizada, de mortalidade, foram respectivamente de 14,4 e 12,4 por 100.000 mulheres.
A distribuição destes óbitos segundo faixa etária pode ser vista no gráfico abaixo, onde observamos que a partir da faixa etária de 30 a 39 anos o câncer de mama mostra a sua importância enquanto causa de morte entre as mulheres.
Distribuição dos óbitos por neoplasias malignas de mama no sexo feminino segundo faixa etária. Estado de São Paulo, 1.999 - 2.000. | |
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Fonte: FOSP/F.SEADE |
Durante os anos de 2.000 e 2.001, foram registrados 6.766 casos novos de câncer de mama na base de dados estadual do RHC, dos quais 6.681 referentes ao sexo feminino, que serão objeto de análise a seguir.
A análise destes 6.681 casos mostra que 93,9% dos registros eram referentes a mulheres residentes em nosso Estado, e que 69,3% das pacientes chegaram aos hospitais sem diagnóstico e tratamento, contra 30,7% que já chegaram com seu tumor diagnosticado, à espera de tratamento.
A análise da variável idade da paciente mostra valores de 56, 49 e 55 anos, respectivamente para a média, moda e mediana.
O gráfico apresentado a seguir distribui os casos novos de câncer de mama segundo faixa etária. À semelhança do observado na análise da mortalidade por câncer de mama nas mulheres, também aqui o grupo etário de 30 a 39 surge como a faixa inicial de importância para a ocorrência da doença.
Distribuição das neoplasias malignas de mama feminina segundo faixa etária. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo, 2.000 - 2.001. | |
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Fonte: FOSP |
O estadiamento clínico dos tumores é outra variável importante a ser considerada, sendo que a informação sobre estadiamento não foi registrada em apenas 3,3% dos casos. O gráfico seguinte distribui os tumores efetivamente estadiados segundo a Classificação TNM.
Distribuição das neoplasias malignas de mama feminina segundo estadiamento clínico. Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo, 2.000 - 2.001. | |
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Fonte: FOSP |
Podemos observar que 60% dos tumores estão classificados em estádios O, I e II, contra 40% classificados em estádios III e IV.
Do total de registros, houve confirmação microscópica dos tumores em 97,8% dos casos, sendo que o carcinoma infiltrativo de ductos foi a morfologia mais freqüente, responsável por 74,5% dos casos.
A informação sobre o tratamento dos tumores não foi registrada em apenas 15 casos, ou 0,2% do total, enquanto que 6% dos pacientes não receberam qualquer tipo de tratamento. Dos casos que receberam tratamento, as modalidades mais freqüentes foram, pela ordem: cirurgia, radioterapia e quimioterapia associadas (23,1%), cirurgia isoladamente (16%), cirurgia e quimioterapia (14,5%) e quimioterapia de forma isolada, em 10,2% dos casos.
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